segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vira a seis, acaba a doze

A ideia é do humorista Tutty Vasques, mas eu assino embaixo: por que a duração de uma partida de futebol não pode ser condicionada ao placar – como o vôlei e o tênis, por exemplo – e não ao tempo de disputa? Por que em vez de dois tempos de 45 minutos não estabelecemos que um jogo só termina quando determinado resultado for alcançado? Zero a zero, como o sonolento Brasil e Portugal, nem pensar! As duas equipes iam continuar jogando até que o resultado fosse atingido, nem que para isso tivessem de jogar durante três dias, como aquela partida de tênis entre John Isner e Nicolas Mahut, em Wimbledon.
Na minha infância e pré-adolescência, as partidas de futebol, as peladas, tinham invariavelmente de virar (trocar de campo) assim que determinado time atingisse seis gols e terminar quando o décimo-segundo tento fosse marcado. Não foram poucos os casos de virar a 12 e acabar a 24, mas isso excepcionalmente, quando os jogos não tinham goleiro e só valia gol de dentro da área.
O que se via eram embates que terminavam em 12 a 11, num dramático festival de gols que alegrava a minúscula plateia – normalmente, formada por quem estava esperando a vez de jogar – e reafirmavam a beleza do futebol ofensivo, como o que o Santos às vezes volta a ensaiar, em detrimento do futebol-ferrolho, onde o fundamental não é marcar, mas não sofrer gols.
Tem alguma graça ficar 90 minutos vendo 22 homens distribuindo caneladas, tocando a bola de lado (ou para trás) até encontrar (ou não encontrar) um furinho, uma réstia de luz que seja, na parede adversária? Não seria melhor que todo mundo saísse atacando e que vencesse quem atacasse mais? E que times que jogassem com a alegria da molecada santista não fossem acusados de desrespeito ao adversário simplesmente por devolverem ao futebol a arte que ele merece.
Pelo que se viu na fase de classificação do Mundial na África do Sul, se botar a seleção da Inglaterra, por exemplo, para jogar uma “partida de 3”, precisa de, pelo menos, três dias de jogo. A Itália levaria uma semana para vencer! A Suíça, o mesmo tempo para perder. Os times africanos acabariam desistindo – brinca Tutty Vasques.
Mas ele tem toda razão. Dunga também desistiria. Aliás, Dunga nem se arriscaria a entrar em campo com seu esquadrão de Felipes Melos, Michels Bastos, Júlios Batistas e outros quetais para enfrentar Portugal, porque saberia que, com os cinco no meio de campo e os quatro na defesa do esquadrão luso, levaríamos pelo menos 15 dias para meter três gols – e venceríamos pelo cansaço da defesa adversária, não pela competência de nossos jogadores em marcar.
Com a ideia de Tutty Vasques, o futebol-arte teria de volta a arte do futebol. Driblar, meter lençol, fazer tabelinhas rápidas, tocar no meio das canetas e dar de lambreta deixariam de ser desrespeito ao adversário para tornar-se novamente parte do espetáculo. Todos nós, e principalmente o futebol-arte, só teríamos a ganhar.

Por falar em ganhar, creio que teremos hoje um bom jogo. Com a postura ofensiva do Chile, é pouco provável que a seleção brasileira consiga jogar com a mesma formação de pebolin com que enfrentou Portugal.

7 comentários:

Gleydson disse...

Essa copa 'tá dureza mesmo. Mas pelo menos todos esses times que não queriam jogar já voltaram pra casa.

Inclua a França na tua lista.

Abraços!

Cintia disse...

Ai que medo!
Cada jogo.. im mais feio do que os outrows.. Sem falar na explicita ineficiencia dos juizes.. peo favor, estamos no seculo 21! Vamos por um pouco de tecnologia nessa joca! Um chipezinho nessa bola nao ia fazer mal nenhum e prevenir esses erros escandalosos! Nao me venham falar que isso "faz parte"..

Vico disse...

É isso aí. Que jabulani, que nada! O negócio é bola de meia!

Fabiano Marques disse...

O jogo com o Chile acabou. 3 X 0.
Não me convenceu. Nas minhas contas, era para meter 5 gols nos chilenos. 3 foi muito pouco.
Assim não dá.

Ricardo Câmara disse...

Prezado Zanfra;
Realmente, se houvesse disputa longa entre times de jogadores "peados" que mal se conseguem deslocar,evidentemente, a platéia de torcedores presentes nos estadios e os demais telespectadores que acompanham do outro lado das telinhas,perderiam a força do "grito de guerra" de incentivo aos jogadores,pois esperar por uma partida de futebol que levaria dias para o seu término,descaracteriza o estilo do torcedor de vibrar pelo seu time,é muito extenuante.Na minha opinião, seria interessante uma redução no tempo de uma partida ao invés dos fatídicos e longos 90 minutos para somente 10 minutos, virando em cinco e se desse empate, disputasse nos pênaltis.Se continuasse empatado,moeda!Pronto, resolvido o problema e já se conheceria o vencedor.

Anônimo disse...

Prezado Zanfra
E quando se fala que tal time "vai jogar com o regulamento debaixo do braço".Pode-se imaginar que será um jogo horrível. Diminuir o tempo das partidas em 15 minutos,ou seja, 30 minutos ao todo ajudaria bem essas feiuras que estamos vendo,não só na copa do mundo,como nos demais torneios regionais.Confesso que dormi durante a maior parte dos jogos da copa, de tão emocionantes que foram rsrs.Agora, nunca soube que já houve um tempo em que se jogava por um determinado placar.Hoje em dia seria complicado a adaptação dos diversos times de futebol,mas a idéia é bem interessante.
bjussssssssssssss
sonia carotta

Anônimo disse...

Caro Zanfra e pessoal acima!

Voces não sabem nada de futebol..rsrsrs....o emocionamente é exatamente as questões que geram em torno de uma partida, reduzir tempo de jogo, fixar placar mínimo. Parem com isso, para que gosta e torce para algum time o que vale mesmo é a dúvida sobre lances que levam a discussões eternas e nunca são esclarecidos.[
Por favor deixem do jeito que está e quem não gosta, é só não ligar a TV ou o rádio e se ligar parte para outra e não para o futebol, tenis, sinuca, golfe, biriba, porrinha, etc, etc, não incomodam ninguem.
Em tempo, até os americanos estão se dobrando a "magia" do futebol, levando o Bill Clinton à vibrar e pular nas arquibancadas nos jogos dos compatriotas dele.

Abraços