terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sangue do meu sangue

Ao descobrir e mapear os grupos sanguíneos no início do século passado, o cientista austríaco Karl Landsteiner não imaginaria que, 110 anos depois, fosse colocar em enrascada uma certa senhora taiwanesa que, alguns anos atrás, tinha ensaiado uns, digamos, passos em falso.
Explicando: numa aula de biologia, um estudante taiwanês, filho da senhora citada há pouco, descobriu – confrontando os parâmetros do prêmio Nobel Landstein, com suas proteínas, glóbulos e antígenos – que não poderia ser filho do pai que até então se apresentava como tal, já que o cruzamento dos grupos sanguíneos paterno e materno não resultaria no seu próprio (do estudante) grupo sanguíneo. Sendo mais específico: o pai era A, a mãe era A, e ele, pela normas hereditárias, não poderia ser B. Simples assim.
Sei que meus sete ou oito leitores são cultos, diplomados e pós-diplomados, cabedais de conhecimentos e tal, mas não poderia exigir deles que se lembrassem disso: para gerar uma criança de sangue tipo B, é necessário o cruzamento de pais O+B, B+B, A+B, O+AB, A+AB, B+AB ou AB+AB. Nos cruzamentos de O+O, O+A e A+A, é impossível gerar um descendente B. E isso antes mesmo de o cientista austríaco ter mapeado a tipagem sanguínea
Pois bem. O estudante levou a dúvida para casa, inoculou-a no “pai” e este resolveu colocá-la em cromossomos limpos: fez exame de DNA e comprovou que o garoto, apesar de ter os olhinhos puxados iguaizinhos aos dele, era filho de um amante que a mulher arrumara logo aos dois anos de casada, aquela pérfida!
Diz a sabedoria popular que pai é quem cria, mas o marido pediu – e obteve – o divórcio. Talvez o primeiro divórcio gerado por incompatibilidade sanguínea.
Não sei se a taiwanesa aprendeu alguma coisa com isso, mas eu aprendi que as mulheres devem ficar espertas, ainda mais agora que foi aberto o precedente: se querem arrumar um amante seguro e evitar sarnas futuras para se coçar, verifiquem antes de qualquer coisa o tipo sanguíneo dele!

6 comentários:

Bob Aguiar disse...

Que mulherzinha venal, além de pérfida!

cilmar machado disse...

Isso é que dá estudar Biologia demais da conta. Poderia ter se contentado somente com, no máximo, as Leis de Mendell. rs rs
Mas,me diga Zanfra, com quem o filho ficou: com a mãe ou com o pai, sangue bom? rs rs

Marco Antonio Zanfra disse...

Não sei, Cilmar. Só sei que a mulher é um pouco azarada, né: de dez combinações possíveis, só três renegavam a paternidade do pai, e ela arrumou um amante enquadrado numa dessas três, eheh!

Bonassoli disse...

Assunto tenebroso.

Marco Antonio Zanfra disse...

Que bom te ver por aqui, Magoo, ainda que seja apenas para despejar duas palavrinhas...

Anônimo disse...

Prezado Zanfra

Essa história me fez rir por demais.Eita falta de sorte da taiwanesa. Eu adorava estudar essas composições sanguíneas....mas só que não imaginava as consequencias de um deslize como esses rsrsrsrsrsrs
aff
bjussssssssssssssssss
sonia carotta