terça-feira, 3 de julho de 2007

Pétalas de rosa

— Tem gente que acha que é possível agir contra a bandidagem com pétalas de rosa, jogando pó-de-arroz. Nós temos que enfrentá-los sabendo que muitas vezes eles estão mais armados que a polícia, com armas mais sofisticadas.

Quero aqui emprestar total apoio às palavras do presidente. Quero também emprestar minha solidariedade à ação do governo carioca. Há que se conter abusos, mas não dá para subir um morro daqueles pedindo licença de porta em porta. Principalmente se considerarmos o resultado final da incursão: aquela parafernália toda apreendida pela polícia era suficiente para abastecer durante um mês uma guerra civil em qualquer país da América Central.
Não dá para entender que, no dia seguinte à operação, um grupo de parlamentares suba corajosamente o morro unicamente para procurar argumentos que detonem a ação policial. Como se o trabalho feito não significasse nada além de uma agressão gratuita aos direitos humanos. Direitos humanos de quem, aliás?
O Rio chegou há muito a uma situação insustentável. E chegou a essa situação justamente porque se evitava o confronto. Temendo um tipo de reação previsível como a desses previsíveis parlamentares, a polícia carioca acabou perdendo o pouco de respeito que impunha e virou refém dos traficantes. Uma demonstração de força, de autoridade, de poder era necessária.
Com pétalas de rosa, o Rio ia ficar cada vez mais à mercê do crime organizado.

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