segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Casamento é bom para a saúde?


Pode até ser uma questão de saúde, mas será que a informação de uma pesquisa do governo britânico de que homens solteiros de até 35 anos têm 50% mais risco de morrer do que colegas casados na mesma faixa etária vai pesar na hora da decisão de casar ou comprar uma bicicleta? Se o coração de alguém balança entre as opções da solteirice convicta e da estabilidade de um lar, será que esse tipo de estatística serviria para representar o “voto de minerva”? E no caso das mulheres – em que o celibato é mais uma falta de oportunidade do que uma opção consciente – daria mais munição à caçada saber que as solteiras têm mais chances de desenvolver doenças crônicas do que as casadas?
Embora ninguém em sã consciência deseje freqüentar os “grupos de risco” em que a pesquisa do governo britânico transformou os solteiros, não creio que o brasileiro considere o aspecto terapêutico do casamento como crucial na hora de decidir. Se considerasse, na certa não haveria tantos casamentos desfeitos: se é verdade que não casar faz mal à saúde, o estresse de descasar deve fazer muito mais mal ainda.
O que eu acho é que o brasileiro é mais pragmático: casa para descobrir como era boa a vida de solteiro. E, depois de descasar, casa de novo porque, afinal, a vida de casado também tem lá seus atrativos.
Mas o que pouca gente entende é que o casamento não tem volta: casou, finou-se. Não é desfazendo um casamento que você vai voltar a ser solteiro. Solteirice não é uma condição, é um estado de espírito. É como a virgindade: mesmo com a reconstrução cirúrgica do hímen, não há como retroceder, porque a castidade não é física. Como ser solteiro, ser donzela também é um estado de espírito. Para os dois casos, não há reconsideração.
Talvez seja por isso que algumas separações não se concretizam. Se não dá para retomar e viver plenamente a solteirice, já que ela se foi para nunca mais, por que desvencilhar-se de algumas vantagens e comodidades que a vida de casado proporciona? A vida em comum tem suas desvantagens, porque praticamente aniquila sua individualidade, mas não é de todo ruim, porque às vezes a individualidade também é um saco. Resumindo: imagine ser o chato que você é e ter de se aguentar sozinho.
E tem outra: dizem que os homens solteiros com até 35 anos têm 50% mais risco de morrer do que colegas casados na mesma faixa etária.

3 comentários:

fábio mello disse...

Viver solteiro é bom, mas é uma mer...; viver casado é uma mer..., mas é bom.

José Luiz Teixeira disse...

Casado x solteiro. Minha bronca com a naturweza, meu caro Zanfra,é que não existe nada totalmente bom, nem nada totalmente ruim. Tudo tem o lado bom e o lado mau. É a vida: às vezes cheirosa, às vezes, fedida.

Neusa Japiassu disse...

Até meus 23 anos, curtia uma boa vida de solteira, mas como toda jovem dos anos 60/70, sonhava em casar. Encontrei um ex-marido e vivi 31 anos com ele um casamento feliz (num sei não...).
Agora, voltei a ser solteira e o ex-ex-marido partiu para o terceiro casamento.
Ele gosta disso. Eu odeio... hehe
bjs