segunda-feira, 5 de maio de 2008

Pornojapa


Depois de ler sobre esse funcionário público japonês que durante nove meses chegou a visitar, usando o computador da repartição, mais de 780 mil páginas de sites pornográficos na internet, andei fazendo umas continhas por aí, para quantificar a performance do dito cujo.
Usando noções básicas de aritmética – dividi 780 mil por 270 (nove meses x 30 dias), depois o resultado por 24 (horas) e novamente o resultado por 60 (minutos) – cheguei a um resultado surpreendente: para atingir o número de visitas dentro do espaço de tempo medido, o funcionário teria de acessar, como se estivesse zapeando com um controle remoto de TV, uma média de duas páginas pornográficas por minuto. Parece-me tempo um pouco curto demais para que se assimile algo de positivo dos sites visitados.
Se concorda comigo, observe que há ainda uma ressalva: para atingir essa média, ele teria de estar trabalhando – de modo a estar usando o computador da repartição – 30 dias por mês e cada uma das 24 horas de cada um desses 30 dias, além de não parar sequer para um xixizinho ou outra necessidade mais ou menos premente. E outra: mesmo com todo esse desvelo e abnegação, ele só teria 30 segundos para esquadrinhar cada página visitada, o que parece algo, digamos, inóxio para os consumidores de pornografia.
Ou seja: parece que, mais do que deleitar-se com o material disponível nos sites visitados, ele pretendia atingir um recorde. Quantidade, e não qualidade. Mesmo porque, se for considerado apenas o expediente normal de trabalho – oito horas por dia, cinco dias por semana – nosso amiguinho seria obrigado a visitar nove páginas por minuto (ou ficar menos de sete segundos em cada uma) para atingir suas 780 mil visitas. Isso, suponho, não sustenta uma ereção.
Mas, depois que o funcionário passou nove meses passeando pela pornografia na rede e ninguém percebeu, os japoneses estão criando um sistema algo revolucionário para bloquear os acessos a determinados endereços da web: na falta de um vocábulo nativo que represente integralmente sua potência – tsunami seria legal, mas já estava sendo usado para outra coisa – devem chamá-lo temporariamente de firewall.

Para os paulistanos, todos os imigrantes oriundos de qualquer Estado “de Minas para cima” são – ou eram – chamados de baianos. Quando eu era criança, fazer uma baianada era fazer alguma coisa errada. O menosprezo por aqueles que mais suaram, literalmente, para que São Paulo chegasse onde chegou parecia sintetizado nesse sectarismo xenofóbico.
Hoje, isso é pinto. Depois que o coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia atribuiu o baixo rendimento dos estudantes no Enade ao “baixo QI dos baianos”, o chauvinismo paulistano parece coisa de colegial.
Antônio Dantas disse que há exceções – Rui Barbosa, Castro Alves e ele, certamente – mas “a baixa inteligência” dos baianos é um dado hereditário. “O baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais, não conseguiria”, afirmou.
Dantas pediu desculpas posteriormente pelas declarações e se demitiu do cargo. Mas eu acho que os baianos ainda estão devendo uma resposta à altura.

11 comentários:

Anônimo disse...

Oi Zanfra, como estás? Tenho lido teu blog e gosto muito.

Parabéns.

Abraços
Maria Paula

Unknown disse...

Caro Zanfra.
Este sujeito é débil mental.
Sem comentários.
Abraços

Anônimo disse...

Zanfra, já pensou se esse japa se masturbasse a cada site pornográfico que abrisse?

Fabiano Marques disse...

E se o japa fosse baiano? Quantas páginas por dia? Hmmmm Ia ser devagar hein!

Anônimo disse...

ô Zanfra!
Sempre ouvi falar da eficiência dos japoneses, obtida a custo de muita determinação, disciplina e trabalho. Mas nesse caso, parece-me que o japa tem um cérebro com CPU de computador, capaz de realizar processamento multi-tarefa. Seria uma boa explicação... ou vai ver que lá no Japão, com toda aquela suprema tecnologia, já inventaram algum dispositivo eletrônico que possibilite essa façanha. IMPRESSIONANTE né?
Sds.
Guta

Anônimo disse...

Saudações Alvinegras...
Primeiro (infelizmente) gostaria de parabenizá-lo pelo título paulista.
Sobre o post da semana, japinha "arretado" hein...
Mas 7 segundos por página é complicado né. E ainda tem toda aquela lenda sobre "japoneses".
No post diz que os paulistas dizem que fazer algo errado é fazer uma "baianada", mas eu gostaria de acrescentar também, que quando vejo alguem fazendo algo de errado digo que a pessoa está fazendo uma "FLAMENGUISSE" ou então uma "AVAIANÍSSE".
Pra concluir, este cara deve ser torcedor do Bvaí (Bvaí por causa de serie B).
È isso.
Um abraço.
André Campos

Anônimo disse...

Voltei!!
No caso do Japa, acho que os milhares de "pop-ups" que se abrem nesses sites pornograficos devem ter ajudado na quantidade de sites visitados. Nao que eu seja expert em sites de pornografia, mas os popups parecem bacterias se reproduzindo. E quanto mais voce tenta fecha-los, mais popups se abrem!
Cintia

Marco Antonio Zanfra disse...

É, mas você sabe bastante sobre os sites de pornografia, mesmo não sendo especialista... Mas bem-vinda! Sentimos sua falta.

Anônimo disse...

Bom, eu não entendo nada dessas coisas, então perdoe a minha ignorancia hauhauiha.
Muito legal teu blog Zanfra, você escreve muito bem!
E que bom que você parou de fazer as MINHAS palavras cruzadas ahuahiuah.

Abraços
Bila REMzetti

Celso Martins disse...

Sucesso no teu blog. Fala, Zanfra! Abraços, Celso Martins

Bonassoli disse...

Complicado definir qual é o mais patético: o japonês tarado ou o professor aloprado.