quarta-feira, 11 de julho de 2007

Pais e pais

Há pais e pais.
Outro dia, o pai de um daqueles meninos bonzinhos da família carioca que espancaram uma perigosa doméstica na rua, depois que ela ousou fazer-se confundir com uma prostituta, dizia ao microfone que não achava justo o filho ficar preso, misturado aos bandidos, porque ele era estudante, trabalhador, e não bandido. Como se ele, nada menos do que um agressor covarde e desqualificado, merecesse regalias em vez de punição.
Ontem, um outro pai negou-se a pagar a fiança de R$ 500 para libertar o filho, que fora preso por dirigir bêbado e sem habilitação, em Londrina (PR). “Vamos deixar que ele reflita na cadeia sobre o que é melhor para ele”, disse o outro pai, que foi quem, aliás, denunciou o rapaz à polícia, depois que ele saiu sem autorização com a caminhonete da família. “Não dá para passar a mão na cabeça, levar para casa e amanhã ele fazer a mesma coisa”, justificou.
Responda depressa: quem teria mais propensão a reincidir no erro, o filho em cuja cabeça o pai passou a mão ou o outro?

Nenhum comentário: