Que lei seca, que nada!
Para os ugandenses, a embriaguez ao volante não é o principal fator a colocar o país como o segundo em mortalidade no trânsito africano, atrás apenas da Etiópia. Malgrado estradas esburacadas, veículos sucateados e motoristas despreparados, itens de série de qualquer país terceiro-mundista, a grande vilã das causas de acidentes é a minissaia. Sem ela – no sentido de com outra roupa menos indecente, claro – metade dos problemas do caótico trânsito ugandense estariam resolvidos.
Pelo menos é essa a opinião de Nsaba Buturo, ministro de Ética e Integridade de Uganda, para quem “usar minissaia é como andar nu pela rua”. Ele crê que esse trajar indecoroso é responsável por muitos acidentes, "porque algumas pessoas daqui são psicologicamente fracas”.
Embora reconheça que o país tem alguns problemas um tantinho mais prementes com que se preocupar – como, nas palavras dele mesmo, roubo e desvio de recursos públicos, serviços abaixo do padrão, ganância, infidelidade, prostituição, homossexualismo e sectarismo – Buturo quer banir a minissaia das ruas. “Se você encontra uma pessoa nua, você começa a se concentrar no corpo da pessoa, mas continua dirigindo”, disse.
E é aí que eu dou razão em parte ao ministro ugandense, apesar de ser visceralmente contrário ao radicalismo de sua proposta: quem de nós – e eu me dirijo especialmente à parcela masculina de meus leitores – não perde alguns instantes de atenção no trânsito para esquadrinhar melhor um pitéuzinho que saracoteia inocentemente à margem da via? Quem de nós já não se surpreendeu usando os retrovisores para procurar novos ângulos de avaliação de um corpo feminino que acabou de passar (ou de ser passado)? A diferença é que, se precisarmos frear de repente, os freios de nossos carros felizmente costumam não falhar.
Somos “psicologicamente fracos”, como avaliou o ministro? É claro que a parcela feminina de minhas leitoras vai dizer que sim, e eu não deixo de concordar com elas. Mas há que se reconhecer que esta é uma fraqueza histórica, cultural, fisiológica, psicossomática, sei lá mais o quê. Se é um mal, é um mal necessário: como é que elas acham que nós mantemos nossos níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina? À custa de drogas, neurolépticos ou estupefacientes?
Não, caras senhoras. Independemos das químicas para temperar nossos neurotransmissores, se é que vocês ainda não sabiam. A nós nos basta uma visão ondulante de um corpo feminino para equilibrar nossos impulsos nervosos. Mesmo que estejamos ao volante. E mesmo que o corpo em questão não esteja vestindo minissaia.
Para os ugandenses, a embriaguez ao volante não é o principal fator a colocar o país como o segundo em mortalidade no trânsito africano, atrás apenas da Etiópia. Malgrado estradas esburacadas, veículos sucateados e motoristas despreparados, itens de série de qualquer país terceiro-mundista, a grande vilã das causas de acidentes é a minissaia. Sem ela – no sentido de com outra roupa menos indecente, claro – metade dos problemas do caótico trânsito ugandense estariam resolvidos.
Pelo menos é essa a opinião de Nsaba Buturo, ministro de Ética e Integridade de Uganda, para quem “usar minissaia é como andar nu pela rua”. Ele crê que esse trajar indecoroso é responsável por muitos acidentes, "porque algumas pessoas daqui são psicologicamente fracas”.
Embora reconheça que o país tem alguns problemas um tantinho mais prementes com que se preocupar – como, nas palavras dele mesmo, roubo e desvio de recursos públicos, serviços abaixo do padrão, ganância, infidelidade, prostituição, homossexualismo e sectarismo – Buturo quer banir a minissaia das ruas. “Se você encontra uma pessoa nua, você começa a se concentrar no corpo da pessoa, mas continua dirigindo”, disse.
E é aí que eu dou razão em parte ao ministro ugandense, apesar de ser visceralmente contrário ao radicalismo de sua proposta: quem de nós – e eu me dirijo especialmente à parcela masculina de meus leitores – não perde alguns instantes de atenção no trânsito para esquadrinhar melhor um pitéuzinho que saracoteia inocentemente à margem da via? Quem de nós já não se surpreendeu usando os retrovisores para procurar novos ângulos de avaliação de um corpo feminino que acabou de passar (ou de ser passado)? A diferença é que, se precisarmos frear de repente, os freios de nossos carros felizmente costumam não falhar.
Somos “psicologicamente fracos”, como avaliou o ministro? É claro que a parcela feminina de minhas leitoras vai dizer que sim, e eu não deixo de concordar com elas. Mas há que se reconhecer que esta é uma fraqueza histórica, cultural, fisiológica, psicossomática, sei lá mais o quê. Se é um mal, é um mal necessário: como é que elas acham que nós mantemos nossos níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina? À custa de drogas, neurolépticos ou estupefacientes?
Não, caras senhoras. Independemos das químicas para temperar nossos neurotransmissores, se é que vocês ainda não sabiam. A nós nos basta uma visão ondulante de um corpo feminino para equilibrar nossos impulsos nervosos. Mesmo que estejamos ao volante. E mesmo que o corpo em questão não esteja vestindo minissaia.
12 comentários:
E que atire a primeira pedra a mulher que nunca deu aquela olhadinha pelo retrovisor pra ver um belo exemplar masculino correndo na beira-mar :)
Um viva pros psicologicamente fracos!
Fabica.
Zanfra, talvez vc não se lembre, ou já não estava mais aqui em São Paulo. Mas há algum tempo, queriam um outdoor gigante da Cicarelli de calcinha que estava no caminho do minhocão (êpa!) e fotos não sei-de-quem pelada que aparecia emcartases atrás dos ônibus. A desculpa era a mesma: que distraía os motoristas.
Corrigindo: queriam TIRAR o outodoor da Cicarelli e os cartazes da traseira (epa!) dos ônibus.
Eu, em épocas que as mulheres usam minissaia, seja em Uganda, aqui, ali ou em qualquer lugar, ando à pé.
Pronto! Até o meio ambiente agradece!
Carro em casa, menos poluição....
... e pode olhar as mulheres sem risco de acidente!
a nao ser que uma mulher ciumenta leia esses comentários... aí sim pode ter acidente.
A gente justifica à sra. ciumenta que o comentário foi motivado por forte emoção.
Isso justifica, a alguns olhos femininos, a transgressão.
Depois, o que interessa mesmo é estarmos inteiros, sem nenhum arranhão provocado por acidente de trânsito.
No máximo, um arranhãozinho no pescoço. heheheheh
É, mas tem mulher que não se satisfaz com um simples arranhãozinho no pescoço... Pesquise nos jornais para avaliar a quantidade de casos de penectomia acontecidos nos últimos meses, todos eles para vingar uma traição.
Hoje em dia, costurou, esta novo!
Pode perder uns centimetrozinhos, mas ainda da pro gasto..
Ate eu olho mulheres de mini saia ou calca justa! E a-do-ro quando vejo uma bem barangona (mais que eu, logico!)
Fala, Zanfra...
Lembra do Humboldt?
Carlos "espanhol" Marti
Você acreditaria se eu contasse que, não faz muito tempo, cheguei a procurar Carlos Enrique Marti Hernandez no Google e encontrei um com o mesmo nome na comunidade acadêmica valenciana? Acreditei que você poderia ter retornado às origens e escrevi para lá, perguntando se era o mesmo "Minhoca" que havia sido meu amigo no ginásio. Não recebi resposta, porém. E, agora, esta surpresa! Por uma incrível coincidência, passei ontem diante do Alexandre Von Humboldt - estou morando em Florianópolis, e estava e SP eventualmente. Vou ficar esperando que você me escreva porque não dá para resgatar o passado neste espaço: marco.zanfra@terra.com.br.
Opa...
Coisa linda essas mulheres...
Sem elas o trânsito nao seria o mesmo...
Heheheh
Abraço
André Campos
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